segunda-feira, 26 de março de 2012

Definição da palavra Metafisica

A palavra metafísica é de origem grega onde Meta significa além e Physis significa Física

Metafísica é uma área do conhecimento que faz parte da Filosofia. A metafísica estuda os princípios da realidade para além das ciências tradicionais (Física, Química, Biologia, Psicologia, etc).

A metafísica busca também dar explicações sobre a essência dos seres e as razões de estarmos no mundo. Outro campo de análise da Metafísica são as relações e interações dos seres humanos com o Universo.
O grego Aristóteles foi o filósofo que pensou e produziu mais conhecimentos sobre metafísica na antiguidade. Já na época Moderna, podemos destacar os estudos do matemático e filósofo frânces René Descartes.
As principais questões levantadas e analisadas pela metafísica são: O que é real?; O que é liberdade?; O que é sobrenatural? O que fazemos no nosso planeta? Existe uma causa primária de todas as coisas?

O Empirismo de John Locke


Um dos maiores representantes do empirismo John Locke afirmava que não há nada em nossa mente que não tenha passado antes pelos nossos sentidos.
Nascido em Wrington, Inglaterra, John Locke (1632-1704) estudou na universidade de Oxford, formou-se em medicina.
Em 1675, exilou-se na França, deslocando-se, mais tarde, para a Holanda, Regressou à Inglaterra somente em 1688, participando da chamada Revolução Gloriosa , que levou Guilherme de Orange ao trono da Inglaterra.
Em sua obra “Ensaio acerca do entendimento humano”, defendeu que nossa mente, no instante de nascimento, é como uma tabula rasa, um papel em branco sem nenhuma idéia previamente escrita. Todas as idéias que possuímos são adquiridas a longo da vida mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão. Locke utiliza o termo idéia no sentido de todo conteúdo do processo do conhecimento.
Para ele, nossas primeiras idéias, as sensações, nos vêm à mente através dos sentidos (experiência sensorial), sendo moldadas pelas qualidades próprias dos objetos externos.pr sensação Locke entende, pr exemplo, as idéias de amarelo, branco, quente, frio, mole, duro, amargo, doce etc.Depois, combinando e associando as sensações, por um processo de reflexão, a mente desenvolve outra série de idéias que, segundo Locke, não poderia ser obtida das coisas externas, tais como a percepção, pensamento, o duvidar, crer, raciocinar.
Locke julga, como Bacon, que o fim da filosofia é prático. Entretanto - diversamente de Bacon, que julgava fim da filosofia o conhecimento da natureza para dominá-la (fim econômico) - Locke pensa que o fim da filosofia é essencialmente moral; quer dizer: a filosofia deve proporcionar uma norma racional para a vida do homem. E, como os seus predecessores empiristas, ele sente, antes de mais nada, a necessidade de instituir uma investigação sobre o conhecimento humano, elaborar uma gnosiologia, para achar um critério de verdade. Podemos dizer que a sua filosofia se limita a este problema gnosiológico, para logo passar a uma filosofia moral (e política, pedagógica, religiosa), sem uma adequada e intermédia metafísica.
Locke não parte, realisticamente, do ser, e sim, fenomenisticamente, do pensamento. No nosso pensamento acham-se apenas idéias (no sentido genérico das representações): qual é a sua origem e o seu valor? Locke exclui absolutamente as idéias e os princípios que deles se formam, derivam da experiência; antes da experiência o espírito é como uma folha em branco, uma tabula rasa.
No entanto, a experiência é dúplice: externa e interna. A primeira realiza-se através da sensação, e nos proporciona a representação dos objetos (chamados) externos: cores, sons, odores, sabores, extensão, forma, movimento, etc. A segunda realiza-se através da reflexão, que nos proporciona a representação das próprias operações exercidas pelo espírito sobre os objetos da sensação, como: conhecer, crer, lembrar, duvidar, querer, etc. Nas idéias proporcionadas pela sensibilidade externa, Locke distingue as qualidades primárias, absolutamente objetivas, e as qualidades secundárias, subjetivas(objetivas apenas em sua causa).
As idéias ou representações dividem-se em idéias simples e idéias complexas, que são uma combinação das primeiras. Perante as idéias simples - que constituem o material primitivo e fundamental do conhecimento - o espírito é puramente passivo; pelo contrário, é ele ativo na formação das idéias complexas. Entre estas últimas, a mais importante é a substância: que nada mais seria que uma coleção constante de idéias simples, referida pelo espírito a um misterioso substrato unificador. O espírito é também ativo nas sínteses que são as idéias de relação, e nas análises que são as idéias gerais. Às idéias de ralação pertencem as relações temporais e espaciais e de idéias simples dos complexos a que pertencem e da universalização da idéia assim isolada, obtendo-se, desse modo, a idéia abstrata (por exemplo, a brancura). Locke é, mais ou menos, nominalista: existem, propriamente, só indivíduos com uma essência individual, e as idéias gerais não passam de nomes, que designam caracteres comuns a muitos indivíduos. Entretanto, os nomes que designam uma idéia abstrata, isto é, uma propriedade semelhante em muitas coisas, têm um valor e um escopo práticos: auxiliar os homens a se conduzirem na vida.
Dado o nominalismo de Locke, compreende-se como, para ele, é impossível a ciência verdadeira da natureza, considerada como conhecimento das leis universais e necessárias. Locke julga também inaplicável à natureza a matemática - reconhecendo-lhe embora o caráter de verdadeira ciência - isto é, não acredita na físico-matemática, à maneira de Galileu Entretanto, mesmo que a ciência da natureza não nos desse senão a probabilidade, a opinião, seria útil enquanto prática.
Até aqui foram analisados e descritos os conteúdos de consciência. É mister agora propor a questão do seu valor lógico. Costuma-se dizer que as idéias são "verdadeiras ou falsas"; melhor seria chamá-las "justas ou erradas", porque, propriamente, "a verdade e a falsidade pertencem às proposições", em que se afirma ou se nega uma relação entre duas idéias. E esta relação, afirmada ou negada, pode ser precisamente falsa ou verdadeira. O conhecimento da relação positiva ou negativa entre as idéias é, segundo Locke, de dois tipos: intuitivoe demonstrativo. No primeiro caso a relação é colhida intuitiva, imediata e evidentemente. Por exemplo: 3 = 2 + 1. No segundo caso a relação é colhida mediatamente, recorrendo às idéias intermediárias, ao raciocínio. Por exemplo: a existência de Deus demonstrada pela nossa existência e pelo princípio de causalidade. Naturalmente, a demonstração é inferior à intuição.

O Criticismo de Immanuel Kant


O maior representante do Iluminismo alemão, Kant realizou em suas obras o exame das possibilidades de conhecimento da razão humana, estabelecendo os limites e as condições nas quais a razão pode conhecer o mundo.
Nascido em Konigsberg, na Alemanha [1724-1804] teve vida longa e tranqüila. Kant é o maior filosofo do Iluminismo alemã. Em seu texto – O que é a ilustração – o filosofo sintetiza o otimismo iluminista em relação à possibilidade de o homem se guiar por sua própria razão, sem se deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias.
Ele apresenta o processo de ilustração como sendo, a tomada de consciência por ele da autonomia da razão na fundamentação do agir humano.
O ser humano, como ser dotado de razão e liberdade, é o centro da filosofia Kantiana. Kant afirma que a filosofia deve responder a quatro questões fundamentais: O que posso saber? Como devo agir? O que posso esperar? O que é o ser humano?
Tentando responder essas questões, ele desenvolveu um exame crítico da razão, a fim de investigar as condições nas quais se dá o conhecimento humano. Esse exame está contido em sua obra mais celebre: “Crítica da razão pura”.
A capacidade de conhecer
Na Crítica da razão pura, ele distingue duas formas básicas do ato de conhecer:
O conhecimento empírico – a posteriori – aquele que se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, que é posterior à experiência. Exemplo: Este livro tem a capa verde;
O conhecimento puro – a priori – aquele que não depende de quaisquer dados dos sentidos. Que é anterior a experiência. Nasce puramente de uma operação racional. Ex. duas linha paralelas jamais se encontram no espaço. É uma afirmação universal é uma afirmação que para ser válida, não depende de nenhuma condição especifica. Trata-se de uma afirmação necessária. O conhecimento puro, portanto conduz a juízos universais e necessários, Os juízos, por sua vez, são classificados por Kant em dois tipos; Os analíticos e os sintéticos. O juízo analítico, é aquele em que o predicado já está contido no sujeito. Ex: o quadrado tem quatro lados. Analisando o sujeito quadrado, concluímos, necessariamente, o predicado: tem quatro lados. O juízo sintético – é aquele em que o predicado não está contido no sujeito. Ex: Os corpos se movimentam. Por mais que analisemos o conceito “corpo”[sujeito] não extrairemos a informação representada pelo predicado “se movimentam”.
Juízo analítico – Serve para explicar aquilo que já se conhece do sujeito. O juízo analítico é universal e necessário. Mas a rigor, é pouco útil , no sentido de que não conduz a conhecimentos novos.
Juízo sintético a posteriori - - está diretamente ligado a nossa experiência sensorial. Tem uma validade sempre condicionada ao tempo e ao espaço em que se deu a experiência.
Juiz sintético a priori – É o mais importante por dois motivos: A) não estando limitado pela experiência, é universal e necessário e, B) seu predicado acrescenta novas informações ao sujeito, possibilitando uma ampliação do conhecimento.

O conhecimento: É o resultado de uma síntese entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido. Segundo Kant, é impossível conhecermos as coisas em si mesmas [o ser em si]. Só conhecemos as coisas tal como as percebemos [o ser para nós].
Essa posição epistemológica de Kant significa uma síntese entre idealismo e realismo.pois, para ele, o conhecimento não é dado nem pelo sujeito nem pelo objeto, mas pela “relação” que se estabelece entre esses dois pólos. O que podemos conhecer são apenas os “fenômenos” , ou seja, os objetos tais como eles aparecem para nós, mas não como eles são em si mesmos.
Não podemos conhecer as coisas em si?
Porque percebemos a realidade a partir das formas a priori da sensibilidade: o ‘tempo’e o ‘espaço’ isso quer dizer que a nossa capacidade de representar as coisas se dá sempre no tempo e no espaço. Essas noções são ‘intuições puras’ existem como representantes básicas na nossa sensibilidade.
Através de seu racionalismo critico, Kant tentou formular a síntese entre sujeito e objeto, entre racionalismo dogmático e empirismo, mostrando que, ao conhecermos a realidade do mundo, participamos de sua construção mental, ou seja: das coisas conhecemos a priori só o que nós mesmos colocamos nelas.

A ética kantiana
Na “critica da razão pratica”, Kant faz o exame do comportamento moral.
Para Kant, não é possível dizer nada sobre a ‘alma humana’ e sobre ‘Deus’ pois eles ultrapassam a nossa capacidade de entendimento. Isso colocou um problema em relação à tradição moral, até então alicerçada na existência de Deus. Sendo impossível provar a existência ou não de Deus, Kant fundamentou a moral na ‘autonomia da razão humana’, isto é, na idéia de que as normas morais devem surgir da razão humana.
Dessa forma ele recusou todas as éticas anteriores, fundamentadas em normas e valores de origens diversas.
Ele entende que a razão é uma característica universal dos seres humanos, sendo a característica propriamente humana , que nos distingue dos outros seres da natureza.
Assim para impedir que os indivíduos se deixem levar pelos seus desejos, paixões ou motivos particulares, é a razão que deve indicar quais são os deveres e normas a serem seguidos de uma forma universal.
Kant afirmou que conduta humana deve se pautar pela seguinte orientação básica, que ele denominou ‘imperativo categórico’. Age de tal forma que o princípio moral de tua ação possa tornar-se uma lei universal. Para Kant, o objetivo maior da educação é o desenvolvimento moral ou seja, possibilitar ao indivíduo que elabore sua autonomia moral. Com isso Kant quer dizer que ao agirmos, devemos pensar se aquilo que estamos fazendo poderia ser feito também por todas as outras pessoas, sem prejuízo para a humanidade.
Para Kant, também, o fundamental na avaliação de uma conduta moral é a intenção de que praticou, independentemente dos efeitos que tal conduta possa vir a provocar. E a melhor intenção é aquela que se volta para o cumprimento do dever. Agir de acordo com o dever é , agir de acordo com os princípios racionais. Não basta, para uma ação ser considerada moralmente boa. É preciso mais do que isso:é necessário que o individuo ‘reconheça’ naquele dever o principio racional que o sustenta.
Essa intenção bem determinada em relação à aceitação e ao cumprimento do dever é o que ele designa ‘boa vontade’, a boa vontade é o que caracteriza a ação moralmente correta. Kant dirá: A liberdade é a condição da lei moral. Só pode ser considerada uma ação moral aquela que for realizada de forma livre e autônoma. Sem liberdade, não há verdadeiramente moral. Kant, propondo uma concepção de liberdade que coincide com o atendimento do dever, pois para ele a liberdade seria uma possibilidade advinda da razão, a qual nos liberta dos caprichos e inclinações próprios dos sentidos. Dessa forma, a liberdade como uma exigência de moralidade, do mesmo modo as idéias da existência de Deus e da imortalidade da alma, são necessidades morais do homem.A ética kantiana e´ uma ética ‘formalista’. Ela não fornece os conteúdos morais, apenas o imperativo categórico, que deve servir como ‘orientação na escolha desses conteúdos’ baseada em uma concepção de uma natureza humana racional e livre.

Francis Bacon: o método experimental contra os ídolos

Nascido em Londres, Francis Bacon [1561-1626] pertencia a uma família de nobres. Francis Bacon, realizou uma obra cientifica de inegável valor.É considerado um dos fundadores do método indutivo de investigação cientifica. Atribui-se a ele, também a criação do lema –saber é poder.
Segundo Bacon, a ciência deveria valorizar a pesquisa experimental, tendo em vista proporcionar resultados objetivos para o homem.
O método indutivo de investigação, baseado na observação rigorosa dos fenômenos naturais e do cumprimento das seguintes etapas:
Observação da natureza para a coleta de informações;
Organização racional dos dados recolhidos empiricamente;
Formulação de explicações gerais [hipóteses] destinadas à compreensão do fenômeno estudado;
Comprovação da hipótese formulada mediante experimentações repetidas em novas circunstancias.
A grande contribuição de Francis Bacon para a historia da ciência moderna foi apresentar conhecimento cientifico como resultado de um método de investigação capaz de conciliar a observação dos fenômenos , a elaboração racional das hipóteses e a experimentação controlada para comprovar as conclusões obtidas.

O racionalismo de Renè Descartes


Racionalismo clássico
O século 17 foi um dos períodos mais fecundos para a história da filosofia. Marcado pelo absolutismo monárquico (concentração de todos os poderes nas mãos do rei) e pela Contra-Reforma (reafirmação da doutrina católica em oposição ao crescimento do protestantismo), essa época acolheu as grandes criações do espírito científico, como as teorias de Galileu Galilei e o experimentalismo de Francis Bacon.
Recusando a autoridade dos filósofos que o antecederam, René Descartes foi o maior expoente do chamado "racionalismo clássico" - uma época que deu ao mundo filósofos tão brilhantes como Blaise Pascal, Thomas Hobbes, Baruch Espinoza, John Locke e Isaac Newton.
Embora sempre tenha sido objeto da reflexão dos filósofos, o problema do conhecimento tornou-se mais agudo a partir do século 17. Com os filósofos modernos (em oposição aos filósofos medievais e os da Antiguidade), a teoria do conhecimento tornou-se uma disciplina filosófica independente. O pensamento passou a voltar-se para si mesmo. O pensamento (sujeito do conhecimento) passou a ser também o seu objeto. Em outras palavras: o homem começou a pensar nas suas próprias maneiras de pensar e entender o mundo.

René Descartes é considerado o pai da filosofia moderna. René Descartes[1596-1650] nasceu em La Haye, França, pertencendo a uma família de prósperos burgueses. Estudou no clégio jesuíta de La Flèche . ingressando na carreira militar, mudou-se par a Holanda, onde participou de combates contra os espanhóis. Posteriormente, em 1619, viajou por vários países europeus, estabelecendo contatos com vários sábios de seu tempo ,entre eles “Blaise Pascal”[1623-1662]. Temendo perseguições religiosas e tendo em mente a condenação de Galileu,tomou uma série de cautelas na exposição de suas idéias. Apesar disso, o que publicou é suficientemente vasto e valioso para situa-lo como um dos pais da filosofia moderna.
Descartes afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso, de início, colocarmos todos os nossos conhecimentos em dúvida, questionando tudo para criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza.
Fazendo uma aplicação metódica da duvida, o filosofo foi considerando como incertas todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais . E prosseguiu assim, cada vez mais colocando em dúvida a existência de tudo aquilo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos. Finalmente, estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvidas era a seguinte: meus pensamentos existem e a existência desses pensamentos se confunde com a essência da minha própria existência como ser pensante. Disso decorre a célebre conclusão de Descartes.
Penso, logo existo
É preciso esclarecer que o termo pensamento utilizado por Descartes tem um sentido bastante amplo, abrange tudo o que afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e sonhamos. Assim, o ser humano era para ele, uma substancia essencialmente pensante. O pensamento é algo mais certo do que a própria matéria corporal.
Baseando –se nesse principio, toda filosofia posterior que sofreu a influencia de Descartes assumiu uma tendência idealista, isto é, uma tendência a valorizar a atividade do sujeito pensante em relação ao objeto pensado. Em outras palavras, uma tendência para ressaltar a prevalência da consciência subjetiva sobre o ser objetivo.
Descartes, foi um racionalista convicto, recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos freqüentes erros do conhecimento humano. Foi um grande matemático, teve importante contribuição para a criação da geometria analítica, que tornou possível a determinação de um ponto em um plano mediante duas linhas perpendiculares fixadas graficamente [as coordenadas cartesianas]
Da sua obra-Discurso do método.podemos destacar quatro regras básicas, capazes de conduzir espírito na busca de verdade:
1- Regra da evidencia –só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua clareza e distinção.
2- Regra da análise – dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas forem necessárias para resolve-las melhor.
3- Regra da síntese – ordenar o raciocínio indo dos problemas mais simples para os mais complexos.
4- Regra da enumeração – realizar verificações completas e gerais para ter absoluta segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido. Com o seu método da dúvida crítica [dúvida cartesiana], Descartes abalou profundamente o edifício do conhecimento estabelecido. Descartes celebrizou-se não propriamente pelas questões que resolveu, mas, sobretudo pelos problemas que formulou , que foram herdados pelos filósofos posteriores.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Racionalismo e Empirismo

Os filósofos formularam basicamente duas respostas diferentes para a questão do conhecimento - o racionalismo e o empirismo.
Para os racionalistas, como René Descartes, o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual. A experiência sensível precisa ser separada do conhecimento verdadeiro. A fonte do conhecimento é a razão.
Para os empiristas, como John Locke e David Hume, o conhecimento se realiza por graus contínuos, desde a sensação até atingir as idéias. A fonte do conhecimento é a experiência sensível.

O iluminismo
No século 18, a razão é vista também como guia para a discussão do problema moral (o problema da ação humana) e o filósofo é entendido como aquele que faz uso público da razão, ao usar sua liberdade de pensar diante de um público letrado. Immanuel Kant foi um filósofo de grande reputação, um dos maiores pensadores da filosofia do Iluminismo (movimento cultural do século 17 e 18, caracterizado pela valorização da razão como instrumento para alcançar o conhecimento).
Como autêntico representante da filosofia do século 18, era defensor incondicional do papel da razão no progresso do homem. Ao buscar fundamentar na razão os princípios gerais da ação humana, Kant elaborou as bases de toda a ética que viria a seguir. A formulação do famoso "imperativo categórico" guiou seu pensamento no campo da moral e dos costumes. Kant criou duas obras magistrais, a "Crítica da Razão Pura” (1781) e "Crítica da Razão Prática" (1788).
O Iluminismo foi também a filosofia que norteou a Revolução Francesa, e teve em filósofos como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Denis Diderot seus grandes expoentes.
Fonte:http://educacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-moderna.

FILOSOFIA MEDIEVAL


Com a dissolução do Império romano, as invasões bárbaras e o desaparecimento das instituições, os centros de difusão cultural também se desagregaram. Os chamados "pais da igreja" foram os primeiro filósofos a defender a fé cristã nos primeiros séculos, até aproximadamente o século 8.
Os padres da igreja foram os filósofos que, nesse período, tentaram conciliar a herança clássica greco-romana, com o pensamento cristão. Essa corrente filosófica é conhecida como patrística. A filosofia patrística começa com as epístolas de São Paulo e o evangelho de São João. Essa doutrina tinha também um propósito evangelizador: converter os pagãos à nova religião cristã.
Surgiram idéias e conceitos novos, como os de criação do mundo, pecado original, trindade de Deus, juízo final e ressurreição dos mortos. As questões teológicas, relativas às relações entre fé e razão, ocuparam as reflexões dos principais pensadores da filosofia cristã.

Patrística e Santo Agostinho


Santo Agostinho (354-430) foi o primeiro grande filósofo cristão. Uma de suas principais formulações foi a idéia de interioridade, isto é, de uma dimensão humana dotada de consciência moral e livre arbítrio.

As idéias filosóficas tornam-se verdades reveladas (reveladas por Deus, através da Bíblia e dos santos) e inquestionáveis. Tornaram-se dogmas. A partir da formulação das idéias da filosofia cristã, abre-se a perspectiva de uma distinção entre verdades reveladas e verdades humanas. Surge a distinção entre a fé e a razão.

O conhecimento recebido de Deus torna-se superior ao conhecimento racional. Em decorrência desta própria dicotomia, surge a discussão em torno da possibilidade de conciliação entre fé e razão. Justifica sua teoria no pensamento de  Platão.

 

Escolástica e Tomas de Aquino


A partir do século 12, a filosofia medieval é conhecida como escolástica. Surgem as universidades e os centros de ensino e o conhecimento é guardado e transmitido de forma sistemática. Platão e Aristóteles, os grandes pensadores da Antiguidade, também foram as principais influências da filosofia escolástica. Nesse período, a filosofia cristã alcançou um notável desenvolvimento. Criou-se uma teologia, preocupada em provar a existência de Deus e da alma.
O método da escolástica é o método da disputa. A disputa consiste na apresentação de uma tese, que pode ser defendida ou refutada por argumentos. Trata-se de um pensamento subordinado a um princípio de autoridade (os argumentos podem ser tirados dos antigos, como Platão e Aristóteles, dos padres da igreja ou dos homens da igreja, como os papas e os santos).
O filósofo mais importante desse período é São Tomás de Aquino, que produziu uma obra monumental, a "Suma Teológica", elaborando os princípios da teologia cristã.

Fonte:http://educacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-medieval-2-filosofos-cristaos-conciliaram-fe-e-razao.jhtm

Filosofia da Natureza ( Cosmologia)


A filosofia nasceu na cidade de Mileto, com o primeiro filósofo Tales de Mileto, concebida como uma cosmologia. Em seu nascimento ela busca o conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza..
Em um período da história humana em que o saber filosófico pouco se distinguia do saber científico, é verdadeiramente notável o conceito formulado pelos filósofos naturalistas. De fato este é um marco central de evolução em relação ao pensamento mítico. E há mesmo um nível de sofisticação na construção dos conceitos, que gostaríamos de aprofundar na própria historiografia para entender os filósofos desta época da.Em primeiro lugar a idéia de buscar elementos fundamentais na natureza, para então formular teorias sobre o universo está na base da própria formulação sobre os conceitos iniciais da descoberta do átomo.Abstrações como de Anaximandro chegam a surpreender pela genialidade de sua formulação: um princípio natural - o ápeiron - como fonte de todos os demais processos naturais revela um nível de maturidade muito elevado. Mesmo sua idéia sobre a ordem do mundo, regulada por opostos - encontra uma interessante ressonância com os princípios contemporâneos da dialética. O equilíbrio pela relação entre os opostos tem uma equivalente no pensamento oriental nos princípios do Tao, que ainda hoje fundamenta a medicina tradicional oriental.Sabemos da distância destes períodos históricos. Mas recordamos estas aproximações como forma de reafirmar a maturidade do pensamento pré-socrático.
As principais características da cosmologia são: Em um resumo geral das características do período cosmológico podemos observar que os filósofos deste período fundamentalmente buscam uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza, da qual os seres humanos fazem parte, sendo humanos e natureza, pela sua identidade, explicados pela filosofia.. Esta Natureza é eterna e tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer. Não é possível dizer que o mundo tenha vindo de algo, pois possui um fundo eterno, incriado. Este fundo, que é o elemento primordial da Natureza chama-se physis e só é visível ao pensamento (não pode ser visto por nossos sentidos).
Embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.Um outro princípios familiar aos filósofos deste período e que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade e de quantidade; esta também é uma característica do mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.
Todo este processo, que é percebido como movimento possui uma designação: é chamado devir, sendo a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo. Finalmente vale registrar que os diferentes filósofos escolheram diferentes physis em seus modelos, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sócrates de Atenas- Texto e Vídeos.


Sócrates de Atenas (469-399 a.C)., foi um filósofo ateniense, e um dos mais importantes juntamente com Platão e Aristóteles da tradição filosófica ocidental. Pouco se sabe ao certo sobre sua vida. As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são providas por Platão. Alguns historiadores afiançam somente se poder falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito. Sócrates é conhecido por intermédio dos seus discípulos Platão e Xenofontes, sempre utilizado como personagem principal dos diálogos de Platão. Segundo Platão Sócrates dava sempre ensinamentos de que devemos nos preocupar mais com as coisas da alma do que do corpo, pois é alma que nos possibilita conhecer, para que a partir daí possamos desenvolver as práticas necessárias para o bem comum.

Sócrates em 4 atos por Paulo Ghiraldelli, professor de Filosofia da USP.



Método Socrático:
A Importância da busca do conhecimento universal para Sócrates é fundamental, pois embora seja contemporâneo dos Sofistas discordava dos mesmos em dois pontos fundamentais, primeiro no que diz respeito à verdade, pois para alguns sofistas a verdade era relativa a um ponto de vista, e segundo por acreditar que os ensinamentos em busca da verdade, do conhecimento não deviam ser cobrados, como faziam os mesmos. Para procurar os conceitos universais, o método socrático basea-se no diálogo, ajusta-se em duas fases fundamentais: a Ironia e a Maiêutica, veja abaixo.
A Ironia é a primeira fase do método de Sócrates, onde o mesmo começa por solicitar a pessoa a quem interroga que defina um dado conceito, por exemplo: O que é o Bem? O que é o mal? A Justiça? O belo? Entre outras quaisquer perguntas, e a partir das definições feitas pelos mesmos, formula uma sequência de perguntas de acordo com cada resposta dada pelo interrogado, de modo que o interrogado que de início se achava tão cheio de conhecimento a respeito do assunto perceba que na verdade ignora muita coisa do assunto, a qual tinha antes certeza conhecer inteiramente. Percebendo então a própria ignorância a pessoa é capaz de aprender novas coisas a respeito do que antes somente pensava saber e abre então caminho para novos conhecimentos, ou seja, abre possibilidades para o novo, para a busca da sabedoria, a qual segundo Sócrates não encerra a verdade em algo fechado e pronto, mas sim por uma busca incessante de conhecimentos que cada vez mais nos aproxima da verdade das coisas ou dos fatos.
A Maiêutica segunda fase do método se dá a partir da percepção de que algo é ignorado pelo que antes pensava conhecer tudo sobre determinado assunto qualquer, pois percebendo sua própria ignorância a pessoa poderia se abrir para a possibilidade de novas descobertas, aproximando então a verdade da universalidade, ou seja, tornando a mesma cada vez mais próxima de um conceito universal.
A palavra Maiêutica significa em grego, ‘dar a luz’, é devido ao fato de que a mãe de Sócrates era parteira e dava a luz a bebês e Sócrates dava a luz a novos conhecimentos.

O interesse na filosofia começou de uma maneira particular, quando Sócrates ao consultar o oráculo de Delfos, obteve a informação de que era o mais sábio dos homens. Este fato o levou a sair à procura de averiguação, pois Sócrates não acreditava ser o mais sábio. Uma frase especial de Sócrates: "Só sei que nada sei". De que forma então poderia ser considerado o homem mais sábio de todos, quando ele próprio reconhecia a sua própria ignorância ?.Estariam os deuses iludidos quando o ponderava o homem mais sábio entre os homens?
Não, pois a sabedoria de Sócrates era justamente a consciência dos limites da sua própria sabedoria, ou seja, a consciência da própria ignorância. Só aquele que tem consciência de que ignora algo procura o conhecimento do que é ignorado. Aquele que acredita que tudo conhece, contenta-se com o saber que possui, e se limita na sua ignorância. Segundo Sócrates os sofistas que tudo afirmavam saber, seriam os mais ignorantes de todos, posto que não conheciam a sua própria ignorância.

Leitura da Apologia de Sócrates por Paulo Ghiraldelli .Jr, professor de filosofia da USP.
A filosofia de Sócrates nos leva a refletir que a procura do saber é indissociável do conhecimento de nós mesmos, pois o que nos possibilita conhecer é a nossa alma, nosso intelecto, ou seja, essa nossa parte que pensa, analisa e reflete sobre as verdades universais. Daí se deve o fato de Sócrates tomar como lema os escritos do oráculo de Delfos, “Conhece-te a Ti mesmo”, pois sem o conhecimento da alma que é aquela que te possibilita conhecer, como poderás conhecer as demais coisas? Como poderás fugir de tua própria ignorância, e estar entre os amantes do saber, pois já que segundo Sócrates nada sabemos, ou seja como o mesmo dizia: _"Só sei que nada sei".Tal afirmação nos trás a possibilidade de ter curiosidade e gosto pela busca do conhecimento, pois estamos entre os dois polos: o da ignorância e o da sede pelo saber(sabedoria), como citara Platão em O Banquete.

 Sócrates: " Só sei que nada sei" por Paulo Ghiraldelli .Jr, professor de filosofia da USP.



Platão de Atenas

Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C, discípulo de Sócrates, filho de Aristo e de Perictona, membros de uma famosa linhagem ateniense, descendente de Sólon, por parte de mãe e do rei Codro (fundador de Atenas) por parte de pai. Contemporâneo da fase áurea da democracia ateniense e o final do período helênico. Platão conhecera na juventude Crátilo, que asseverava, seguindo as idéias de Heráclito de Éfeso, a impossibilidade de qualquer conhecimento estável, conheceu os ensinamentos dos Pitagóricos em sua primeira viagem a Siracusa, estabelecendo com a teoria matemática de Pitágoras grande influência no seu modo de pensar.  Porém o acontecimento mais importante se deu na da juventude de Platão, o encontro com Sócrates, de quem se tornou discípulo. Frase atribuída a Platão:
"Agradeço a Deus por ter nascido grego e não bárbaro, homem livre e não escravo, homem e não mulher; mas, acima de tudo, por ter nascido na era de Sócrates".

Vídeo Platão e a Republica

Aos 28 anos de idade Platão vivenciou o momento em que os atenienses decidiram-se pela morte de Sócrates, ocorrido que influenciou todo o pensamento futuro de Platão e o abarrotou de aversão pela democracia ateniense, que necessitava ser extinta.
O ocorrido com seu mestre deu a Platão a inspiração de escrever os seus primeiros diálogos, chamados de "diálogos socráticos", pois tem em Sócrates seu personagem principal. Estes diálogos são considerados diálogos ainda de uma fase jovem de Platão, embora surgissem daí algumas de suas obras primeiras, como "Apologia de Sócrates", "Críton", "Protágoras" e "Górgias", as duas últimas obras referidas diz respeito a dois sofistas criticados por Sócrates. Acredita-se, também, que nessa época Platão tenha principiado seu principal tratado, "A República".
Platão da origem a sua escola filosófica a Academia e durante cerca de vinte anos dedica-se ao magistério e a escrever novas obras, denominadas  pelos historiadores como os "diálogos de transição", posto que carregada de  forte influência pitagórica demonstra um progressivo desligamento das posições socráticas e a criação de uma filosofia particular, singular, marcada pela doutrina da existência de dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível ou das ideias, escreve também  "Ménon", "Fédon", "Banquete", "Fedro", "Eutidemo", "Menexeno" e conclui "A República". Dá início a então chamada fase madura, onde compõe os diálogos que abordam sua "doutrina das idéias", e afastam-se da doutrina socrática, embora a essência da filosofia socrática se conserve, ou seja, a importância primeira a alma, a busca incessante da verdade e os conceitos universais de verdade. São escritos nesta época, além do livro citado acima, " Teeteto", "Sofista" e "Político".
1 O Mundo das Idéias e o Mundo Sensível
Platão na teoria das ideias concilia as teorias de dois grandes filósofos pré-socráticos, Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia. Teorias antagônicas entre si De Heráclito, Platão considerou correto as percepções do mundo material e sensível, das imagens e opiniões. Para ele, a matéria era algo imperfeito, em constante estado de mudança. Concluiu, porém, que Parmênides também estava correto ao determinar que a Filosofia se afastasse desse mundo sensível, para ocupar-se do mundo verdadeiro, entendido apenas por intermédio do pensamento.
Platão acreditava haver dois mundos diferentes e distintos; o mundo sensível, das cópias, dos fenômenos, das sombras, das ilusões, dos enganos os quais são comuns aos cinco sentidos; e o mundo das idéias ou inteligível, das essências imutáveis, das ideias verdadeiras as quais são atingidas pela contemplação e pela depuração dos enganos cometidos pelos sentidos. Platão, dessa forma supera a oposição de Heráclito à mutabilidade do ser e a posição de Parmênides, para qual o ser é imóvel, relacionando o mundo das idéias ao ser Parmênides o e o mundo dos fenômenos ao devir a Heráclito.
Platão cria no livro VII da República o Mito da Caverna, segundo o qual se concebe uma caverna onde estão os homens acorrentados e presos desde o nascimento, de forma que não podem se voltar para a entrada, mas apenas observam as sombras que se passa em uma parede ao fundo.  Para Platão se um dos homens conseguisse se libertar e contemplar a luz do dia e os verdadeiros objetos, ao retornar à caverna e contar  a realidade das imagens projetadas aos companheiros seria dado como louco e o matariam, aludindo ao que fizeram com Sócrates.
2 O mito da Caverna e a teoria das ideias

Platão, foi discípulo de Sócrates, a quem considerou como o  grande mestre inspirou na idéia  do Bem,considerando as idéias de Sócrates, de Parmênides e de Pitágoras, além da teoria órfica , a qual acredita que o corpo é o cárcere da alma, criou uma teoria, a Teoria das Idéias, que investiga da explicações às perguntas mais complexas da filosofia.
No mito da caverna Platão coloca seus ideais políticos, por meio da Teoria das Ideias. Narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais intensas demonstrações simbólicas arquitetadas pela filosofia, para apresentar a situação geral em que se encontra a humanidade. Para Platão, como narra no mito todos estamos condenados a ver sombras, cópias, simulacros a nossa frente e percebê-los como verdadeiros. Esta análise à condição humana moveu e ainda move várias reflexões, tanto em tória do conhecimento como em política.
Platão quer demonstrar para todos nós que carecemos aprender a utilizar nosso pensamento, nossa razão, Os homens que não almejavam sair da caverna, somos nós que não conjecturamos pensar,por estarmos moldados a esta vida insignificante que levamos, habituados a ver somente o que esta a nossa frente, ou seja o que querem que a gente veja, Logo somos atraídos a sair da caverna para ver a realidade e abandonarmos a submissão. Só que conhecer é doloroso, precisamos nos esforçar ou ficaremos para sempre vendo somente as sombras do real, como ele explica em sua teoria das ideias.
Segundo a teoria das ideias em A República o mundo é dividido em duas instâncias: a sensível, constituída por tudo que pode ser observado e tocado e nos é dado pelos nossos cinco sentidos; e o mundo inteligível, ou das ideias, que nos e´fornecido pela razão e pensamento. O mundo das sensações segundo o mesmo é copia do mundo perfeito, ou seja, copia do mundo das ideias, por isso, traz consigo a imperfeição. Somente por um processo dialético é que purificamos as ideias e conseguimos nos aproximar do que seria a perfeição. O corpo por sua vez é receptáculo da alma, tendo um grau de importância menor do que a mesma, estando sempre propício a destruir e corromper a alma, pois e´guiado pelas sensações e não pela razão, pensamento como a alma. Platão classifica as ideias hierarquicamente, por importância e a idéia superior segundo sua teoria é a idéia do Bem. Privilegia outras ideias como a do amor, da justiça, da perfeição etc.
Em conformidade com Platão em A República podemos dizer, por exemplo, que a idéia de bondade existe no seu estado puro e perfeito no Mundo das Idéias e as observações, no Mundo dos Sentidos referente a idéia de bondade é cópia imperfeita,a qual pode ser purificada por meio da dialética. A dialética é um processo de conversação racional, um diálogo entre pessoas, onde a idéia é discutida e purificada. .
 Platão em A República assegura não haver concordância entre corpo e espírito (teoria órfica) e que o espírito, quanto mais liberto dos sentidos do corpo, mais abertamente será mais apto de contemplar as idéias puras e verdadeiras.

Considerações atuais:

Na atualidade podemos observar que a maioria das pessoas e das religiões foi influenciada por Platão, pois quase todas as religiões acreditam existir o bem e o mal, o céu e o inferno, e pregam que o mundo material é imperfeito e corruptível, que temos que nos ater as coisas do espírito, logo manifestam a crença na existência de dois mundos, um perfeito e outro com imperfeições e também atribuem essas imperfeições ao corpóreo.
Na atualidade precisamos tomar cuidado para não valorizarmos tanto o corpo e desprezarmos a nossa razão e o nosso pensamento, pois mesmo a maioria acreditando, na existência de dois mundos como foi citado, prevalece uma ideologia capitalista de consumo e culto ao corpo, fazendo com que a inteligência e o pensamento sejam deixados em segundo plano.

3 Os ideais Políticos de Platão e considerações atuais.
Em conformidade com Platão, na sua obra sobre a política, chamada "A Republica", onde faz um modelo sobre o estado ideal, os regimes políticos de qualquer era nada mais são que demonstrações do ethos humano, ou seja, manifestações do momento histórico atrelado ao ambiente físico e psicológico em que vive o cidadão. Logo, o prazer, pela hierarquia e tradição,é o que sustenta a monarquia, por outro lado o desejo de pertencer a um grupo especial e a disposição de só a ele defender determina a oligarquia, e o egoísmo e a vontade de que algumas pessoas têm de enriquecer e é a alicerce do regime timocrático, e o sentimento de ser igual existente entre os humanos,  gera a democracia, e por fim o sentimento de autoridade e egoísmo gera a tirania.pelo motivo de todo regime político ser inspirado em sentimentos e não na razão, a qual deveria ser o guia dos homens segundo o mesmo, é que deveria ser imposto pela inteligência um modelo político, o qual não seria gerador de turbulências devido a vaidade humana, ao egoísmo,ou seja, as imperfeições como descrevia Platão.
O modelo político proposto por Platão era o governo dos melhores, decidido por um processo de educação, ou melhor, por formação e verificação de habilidades, ou seja, capacidade que segundo Platão seria dadas pelas qualidades racionais e irracionais da alma humana, as quais dentro de um processo de educação seriam desenvolvidas e percebidas , aperfeiçoadas e conduzidas ao destino correto.Platão classificava a alma em três partes: racional, sede da razão; irracional irascível,responsável pelos impulsos de coragem e irracional concupiscente,voltada para o apetite, os desejos corpóreos. Segundo Platão, todo homem nasce com uma alma (psique) divida em três partes, porém o grau de desenvolvimento em cada uma dessas partes é diferente. Para governar uma cidade é necessário que a parte mais desenvolvida de sua alma seja a razão, para ser um soldado ou guardião a parte mais desenvolvida deve ser a irrascível e para suprir as necessidades gerais, ou cumprir os deveres dos serviços braçais a parte mais desenvolvida deve ser a concupiscente, logo a alma humana quando passa por um processo de educação trás a luz o verdadeiro espírito de cada homem e a partir daí é possível segundo Platão definir as classes sociais que devem existir em um estado para que o mesmo funcione bem e guiado pela razão e não por sentimentos ilusórios. Somente o governo sábio, racional será justo, diferente dos guiados pelas sensações que na maioria das vezes só trazia injustiça e malefícios para o povo, ou para a maioria, a qual deveria ser prioridade dentro de um governo.
Platão não concordava com o regime político existente em Atenas em sua época, a Democracia. Democracia esta composta por apenas 10% da população que constava de homens livres e praticamente proprietários de terra, pois os demais acabavam se tornando escravos de seus credores. Mulheres, estrangeiros, crianças e escravos não eram considerados cidadãos, logo não podiam participar das assembléias públicas, quem acabava sempre decidindo o rumo da cidade eram os mesmos poderosos, donos de propriedade e filhos de donos de propriedades. Embora fosse classificado em regime democrático, a democracia de Atenas segundo Platão estava longe de ser o governo do povo, ao contrário colocava sempre no poder os mesmos cidadãos unidos em objetivos de benefícios voltados a si próprios e não no bem da população geral. A crítica de Platão era forte a essa democracia de Atenas, pois o mesmo defendia um modelo político baseado primeiramente na educação, o que seria mais justo segundo o mesmo, porém mesmo assim esse modelo estaria pautado em uma sociedade de classes onde cada membro depois deste processo de educação deveria desenvolver sua função dentro da cidade da melhor forma possível, sem reclamar a mudança de classe social. Da mesma forma  na idade média, existia a idéia divulgada pela igreja de que as pessoas deviam se conformar com sua condição social, pois assim eram os desígnios de Deus.
Considerações atuais:
 Embora o modelo de Democracia vivido por Platão fosse bem diferente do vivido atualmente, por ser uma democracia participativa, onde cada cidadão tinha o direito de se manifestar nas assembléias públicas, e a nosso ser um modelo representativo, onde nós escolhemos por meio do voto os nossos governantes, podemos perceber principalmente no que diz respeito as reclamações apontadas por Platão que em alguns pontos se assemelham muito. Hoje todos nós também reclamamos  que os políticos só governam em beneficio próprio, que sempre os mesmos estão no poder, que os filhos dos políticos seguem os passos dos pais e acabam também se tornando políticos e da mesma forma governam em beneficio próprio. As pessoas mais pobres raramente têm uma oportunidade, a não ser quando ocorre um voto de protesto. Da mesma forma que os políticos da época de Platão se utilizavam da arte sofista do convencimento, os nossos governantes também são muitos bons na arte de enganar, ludibriar e convencer o povo a votar em seus candidatos co promessas mirabolantes e infundadas, por saberem que o povo se constitui na maior parte na ignorância, se aproveitam desse fato, para deixá-los cada vez mais ignorantes, meswmo quando fingem que querem melhorar a educação na verdade estão querendo mascarar o seu desejo de que o povo continue sem conhecimentos.
Em conformidade com Platão o governante da sociedade perfeita, com base na Razão, postulado por Platão no "A República" era o rei-filósofo porque, segundo o mesmo, apenas os filósofos, por serem os mais sábios se aproximam mais da idéia do Bem, do Belo e do Justo, ou seja,por isso, apresenta qualidades de agirem como os guias da sociedade,pois segundo o autor de A República, o reino da razão deve sempre estar acima do reino das sensações, ou seja, dos meros sentimentos corruptíveis dos humanos.






















O mito da Caverna

Interpretando o Mito da Caverna

O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna escrito por Platão em sua obra A República (livroII) pode ser entendido como uma metáfora das condições humanas frente à ignorância que nos cerca e a dificuldade que temos de sair dessa condição de falta de conhecimento, dificuldade de nos depararmos com a verdade que existe por detrás das aparências das coisas. O mito salienta também a importância do conhecimento filosófico e a educação como meio de superação da ignorância,ou seja, da aparência enganosa que certos fatos podem ocasionar para o conhecimento mais puro e verdadeiro, mais próximo do que é real. O mito retrata a passagem gradativa do senso comum no que se refere à visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, racional, o qual investiga as respostas criteriosamente.
Platão procurava a essência das coisas para além do mundo sensível (material), para além das simples aparência que apresentavam tais coisas E acreditava que o homem que se liberta da caverna como Sócrates, estaria exposto ao risco de ser morto por expressar novos conhecimentos, pensamentos e almejar indicar um mundo totalmente diferente daquele que os demais moradores da caverna conheciam e tomavam como real e verdadeiro, embora fosse ilusório. Adaptando para a nossa realidade, é como se nós acreditássemos, desde o nascimento que o mundo é de determinada forma, e derrepente chegasse alguém e nos falasse que quase tudo aquilo era ilusório, enganoso e falso.
Percebam que com esta alegoria, ou este mito, Platão nos convida a ponderar que, se as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à circunstância da caverna; ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por tudo isso, seriam inertes em suas poucas possibilidades. Leia o Mito abaixo e raciocine a respeito.

Vídeo O Mito da caverna
 


 

SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem.

GLAUCO - Imagino tudo isso.

SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos, que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.

GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!

SÓCRATES - Pois é nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira?

GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.

SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras?

GLAUCO - Não.

SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?

GLAUCO - Sem dúvida.

SÓCRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?

GLAUCO - Claro que sim.

SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram.

GLAUCO - Necessariamente.

SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via.
SÓCRATES - Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigassem a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?

GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.

SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?

GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem reais?

GLAUCO - A princípio nada veria.

SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior.
Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.

GLAUCO - Não há dúvida.

SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é.

GLAUCO - Fora de dúvida.

SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.

GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.

SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?

GLAUCO - Evidentemente.

SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia?

GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a viver da maneira antiga.

SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?

GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?

GLAUCO - Por certo que o fariam.

SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos. (Extraído de "A República" de Platão. 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291).